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quinta-feira, 31 de maio de 2012

OPP: «Ordem participa no processo legislativo sobre Cuidados Paliativos»

Bastante positivo: A Ordem dos Psicólogos Portugueses tem vindo a ganhar visibilidade e influência em Portugal.

«Ordem participa no processo legislativo sobre Cuidados Paliativos»


«Neste grupo de trabalho estiveram presentes Samuel Antunes, Vice-Presidente e David Neto, membro da Direcção da Ordem.

A Ordem dos Psicólogos Portugueses foi convidada para participar na discussão do Projecto de Lei sobre Cuidados Paliativos, na Assembleia da República, na passada terça-feira. O objectivo desta iniciativa é criar e aprovar uma nova Lei de Cuidados Paliativos. Na sessão estiveram presentes Samuel Antunes, Vice-Presidente e David Neto, membro da Direcção da Ordem.

Esta iniciativa traduz o reconhecimento por parte do legislador, da relevância da Ordem dos Psicólogos e do contributo da Psicologia para a prestação de cuidados de saúde de qualidade, nos Cuidados Paliativos.

A Ordem deu contributos relevantes no sentido duma maior clarificação do papel dos psicólogos nesta área.Ao integrar a equipa multidisciplinar, os psicólogos podem intervir junto do doente, da família e do próprio profissional.»

NOTÍCIAS: «Manual pode transformar pessoas saudáveis em pacientes»

Sobre o DSM-V.

«Manual pode transformar pessoas saudáveis em pacientes»

Link 

«O número de diagnósticos de transtornos psiquiátricos, como o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) aumentou de maneira explosiva nos últimos anos. Segundo especialistas holandeses, crianças mais ativas ou com baixa capacidade de concentração são erroneamente rotuladas como pacientes, o que é bom apenas para o caixa dos fabricantes de medicamentos. Eles temem que com o novo manual de psiquiatria, que é utilizado mundialmente, mais pessoas saudáveis serão desnecessariamente consideradas doentes.

O professor Roel Verheul, autoridade reconhecida internacionalmente na área de transtornos de personalidade, ficou orgulhoso quando foi convidado, em 2008, para colaborar na quinta edição do ‘Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders’ (Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais), também conhecido como DSM. Mas em abril, ele e seu colega canadense, John Livesley, deixaram o grupo de trabalho sobre transtornos de personalidade, depois de, em vão, terem feito repetidas críticas ao conteúdo da bíblia norte-americana da psiquiatria.

Complicado
A principal queixa de Verheul é que os textos no DSM-5 são muito complicados, em lugar de simplificarem os diagnósticos. E com isso existe o perigo de que psiquiatras passem a manipular indicações próprias – algo que o manual justamente tenta prevenir. “Tememos que vire um trabalho de ‘adivinhação’, no qual diferentes psiquiatras chegam a diferentes diagnósticos para o mesmo paciente”, disse Verheul a um programa da televisão holandesa.

Além disso, o manual também contém inúmeras novas indicações que, segundo Verheul, são cientificamente infundadas. Teriam que ser primeiro fundamentadas por pesquisas empíricas.

Enorme crescimento

Outros também alertam para o enorme crescimento de novos transtornos psiquiátricos. Com isso, pessoas que agora têm um pequeno problema, serão rotuladas como pacientes. “O número de diagnósticos psiquiátricos e o uso de medicamentos aumentaram imensamente nos últimos anos”, segundo a psicóloga Laura Batstra, da Universidade de Groningen. “Com o DSM-3, aumentou principalmente o número de diagnósticos entre adultos, e com o DSM-4 entre crianças”, diz Batstra, referindo-se às últimas versões do manual, em 1987 e 2000.

Após o ano 2000, os transtornos do déficit de atenção com ou sem hiperatividade entre crianças aumentaram exponencialmente. Bem como o uso do medicamento contra eles, Ritalin. Segundo Batstra, a grande maioria destas crianças não tem nenhum problema médico e não deveria estar tomando remédios.

Implausível
“É preciso ter cuidado para não haver inflação no diagnóstico”, diz Verheul. “É fácil se pensarmos, por exemplo, que 1% do total da população é elegível para o diagnóstico de esquizofrenia, ou que talvez 2, 3 ou 4% das crianças podem ter um diagnóstico de TDAH. Ampliando os critérios, de forma que um grande número de pessoas receba estes rótulos, surge uma espécie de inflação da psiquiatria. E com isso a psiquiatria pode se tornar implausível aos olhos de muitos.”

Indústria farmacêutica
Os fabricantes de Ritalin têm, segundo Batstra, um papel discutível no diagnóstico de ADHD. “Está realmente fora de controle. A indústria farmacêutica entrou com tudo para promover o distúrbio entre as meninas. No DSM-5 as categorias são definidas ainda mais amplamente, então acho bom que esteja surgindo esta discussão agora.”

Uma pesquisa feita nos EUA demonstrou que 72% dos especialistas que colaboram com o DSM têm laços financeiros com a indústria farmacêutica. Estes laços variam desde pagamento para uma palestra num congresso até a posse de ações. Batstra diz que isso é preocupante. “Sabemos, por exemplo, que pesquisas pagas pela indústria farmacêutica têm resultados cinco vezes melhor para o uso de medicamentos do que pesquisas independentes.”
O DSM-5 deve ser lançado em maio do ano que vem.»

quarta-feira, 30 de maio de 2012

NOTÍCIAS: Pequeno-almoço gratuito nas escolas

Em altura de crise financeira, uma ação inteligente por parte do Governo Português em funções (na pessoa do Ministro Nuno Crato), na sequência da implementação de uma boa prática educativa instaurada por Roberto Carneiro (Ministro da Educação do XI Governo Constitucional de Portugal, que tomou posse a 17 de Agosto de 1987).
 
EXPRESSO
«Pequeno-almoço gratuito nas escolas já na próxima semana»
 Link 
«Experiência piloto começa em 80 escolas do pais e deverá ser generalizada no próximo ano letivo.

O Ministério da Educação e várias empresas do ramo alimentar chegaram a acordo para pôr em prática um programa de distribuição gratuita de pequenos-almoços nas escolas do ensino básico.

O programa arranca na próxima semana em 80 escolas de todo o país, anunciou hoje o secretário de Estado da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, no Parlamento.

Os estudantes que vão ser abrangidos pelo programa foram identificados pelos professores, que se aperceberam que estes chegavam à escola sem terem comido de manhã. Ou seja, os apoios não estão limitados aos alunos que neste momento recebem ação social escolar.»

BOAS NOTÍCIAS: Um Mundo em Crescimento 
«Crianças vão ter pequeno-almoço gratuito na escola»

Link 
«O Governo anunciou, esta terça-feira, um programa de distribuição gratuita de pequenos-almoços às crianças das escolas do ensino básico. Inicialmente esta será uma experiência piloto, que vai abranger somente 80 instituições escolares, mas o objetivo é estendê-la a todo o país no próximo ano letivo.

Para pôr em prática esta iniciativa, o Ministério da Educação chegou a acordo com "as maiores empresas do ramo alimentar" e com a Associação Nacional de Municípios Portugueses, que será responsável pelo transporte dos alimentos das superfícies comerciais para as escolas, explicou o secretário Estado do Ensino e Administração Escolar, José Casanova de Almeida.

De acordo com o governante, o universo de alunos do ensino básico que serão ajudados foi estimado através de um "levantamento feito pelos diretores de turma do 5º ao 9º ano e pelos professores titulares no primeiro ciclo", a quem foi pedido que identificassem "alunos que iniciam a manhã sem tomar o pequeno-almoço".

O ministro da Educação, Nuno Crato, salientou que este é um projeto que envolve a contribuição das empresas e a mobilização da sociedade civil. O propósito, esclareceu, é "responder a necessidades das escolas e [permitir] que os alunos tenham as melhores condições de estudo, incluindo a alimentação".»

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Da Confidencialidade na Psicologia





Porque ser Psicólogo é guardar segredo de todos os pensamentos e emoções que os nossos pacientes nos confiam.

Do Código Ético-Deontológico da Ordem dos Psicólogos Portugueses:


2. PRIVACIDADE E CONFIDENCIALIDADE

Os/as psicólogos/as têm a obrigação de assegurar a manutenção da privacidade e confidencialidade de toda a informação a respeito do seu cliente, obtida directa ou indirectamente, incluindo a existência da própria relação, e de conhecer as situações específicas em que a confidencialidade apresenta algumas limitações éticas ou legais.
2.1. Informação do Cliente. No início da relação profissional, e sempre que se justificar, é discutida com o cliente a confidencialidade e as suas limitações.
2.2. Privacidade dos Registos. Os/as psicólogos/as recolhem e registam apenas a informação estritamente necessária sobre o cliente, de acordo com os objectivos em causa.
2.3. Utilização posterior dos registos. O cliente é também informado sobre o tipo de utilização posterior desses registos, bem como sobre o tempo que esse material será conservado e sob que condições. O arquivo, manipulação, manutenção e destruição de registos, relatórios ou quaisquer outros documentos acerca do cliente são efectuados de forma a assegurar a privacidade e confidencialidade da informação, respeitando a legislação em vigor. No caso de morte ou incapacidade mental grave do/a psicólogo/a, os registos devem ser selados e encaminhados para a Ordem dos Psicólogos Portugueses.
2.4. Acesso do Cliente à Informação sobre si Próprio. O cliente tem direito de acesso à informação sobre ele próprio e a obter a assistência adequada para uma melhor compreensão dessa mesma informação.
2.5. Clientes Organizacionais. Quando o cliente é uma entidade institucional ou organizacional, a informação sobre pessoas obtida no âmbito de actividades avaliativas ou formativas é transmitida a quem a solicita, não excedendo aquilo que for considerado estritamente necessário para os objectivos formulados. Sempre que for possível as pessoas avaliadas devem ter conhecimento da informação produzida. Contudo, os limites desta informação devem sempre ser objecto de discussão prévia com as pessoas.
2.6. Interrupção ou conclusão da intervenção. Em qualquer caso de interrupção ou conclusão da relação com o cliente, os/as psicólogos/as asseguram a manutenção da privacidade da informação relativa ao cliente.
2.7. Autorização para divulgar informação. Os/as psicólogos/as podem divulgar informação confidencial sobre o cliente quando este, ou o seu representante legal, der previamente o seu consentimento informado.
2.8. Limites da Confidencialidade. O cliente e outros com quem os/as psicólogos/as mantenham uma relação profissional (ex., entidade empregadora, colegas, pessoal auxiliar, voluntários, serviços com quem prossigam uma articulação interinstitucional) são informados e esclarecidos sobre a natureza da confidencialidade e as suas limitações éticas e legais.
A não manutenção da confidencialidade pode justificar-se sempre que se considere existir uma situação de perigo para o cliente ou para terceiros que possa ameaçar de uma forma grave a sua integridade física ou psíquica – perigo de vida, perigo de dano significativo, ou qualquer forma de maus-tratos a menores de idade ou adultos particularmente indefesos, em razão de idade, deficiência, doença ou outras condições de vulnerabilidade.
2.9. Comunicação de informação confidencial. A informação confidencial é transmitida apenas a quem se considerar de direito e imprescindível para uma intervenção adequada e atempada face à situação em causa. O cliente é informado sobre a partilha de informação confidencial antes desta ocorrer, excepto em situações onde tal seja manifestamente impossível, pretendendo minimizar-se os danos que a quebra de confidencialidade poderá causar na relação profissional.
2.10. Trabalho em Equipa. Quando os/as psicólogos/as estão integrados numa equipa de trabalho, ou em situações de articulação interdisciplinar e/ou interinstitucional, podem transmitir informação considerada confidencial sobre o cliente, tendo em conta o interesse do mesmo, e restringindo-se ao estritamente necessário para os objectivos em causa. O cliente deve ter a consciência e ser esclarecido previamente acerca da possibilidade desta partilha de informação dentro da equipa de trabalho ou entre os diferentes serviços e profissionais. Em determinadas circunstâncias, o cliente pode recusar essa partilha de informação confidencial o que, no limite, poderá obviar a realização dessa mesma intervenção.
2.11. Casos especiais. Quando o cliente é uma criança, adolescente ou adulto particularmente indefeso em razão da idade, deficiência, doença ou outras condições de vulnerabilidade, pode partilhar-se com os seus responsáveis legais apenas a informação estritamente necessária para que se possa actuar em seu benefício e em conformidade com a legislação em vigor.
2.12. Meios Informáticos. Quando serviços ou informação são fornecidos através de meios informáticos, o cliente é informado sobre eventuais riscos e limitações relativos à manutenção da privacidade e confidencialidade.
2.13. Situações didácticas e formativas. Em situações com objectivos didácticos ou outros (ensino, apresentação oral de casos clínicos ou ilustrativos, publicações escritas, supervisão) é sempre protegida a identidade do cliente. Se esta partilha de informação puder, de alguma forma, suscitar a possibilidade de identificação do cliente por parte de terceiros, os/as psicólogos/as devem assegurar-se de que este dá previamente o seu consentimento informado.
2.14. Situações Legais. Sempre que haja solicitação legal para a divulgação de informação confidencial sobre o cliente (registos, relatórios, outros documentos e/ou pareceres), é fornecida a um destinatário específico, apenas a informação relevante para a situação em causa, tendo em conta os objectivos da mesma, podendo haver recusa de partilha de informação considerada não essencial. O cliente é previamente informado desta situação, bem como dos conteúdos da informação a revelar, excepto em situações em que tal for manifestamente impossível.
Caso os/as psicólogos/as considerem que a divulgação de informação confidencial pode ser prejudicial para o seu cliente, podem invocar o direito de escusa (de acordo com o disposto no art.º 135.º do Código de Processo Penal).
2.15. Defesa Legal do/a Psicólogo/a. A não manutenção da confidencialidade pode também justificar-se se o/a psicólogo/a for processado pelo cliente. Nessa situação, o/a psicólogo/a transmite apenas a informação considerada estritamente necessária por forma a assegurar o seu processo de defesa.

ANIVERSÁRIOS: Alfred Adler, Psicólogo, Psicanalista, Médico

Alfred Adler (Viena, 7 de fevereiro de 1870 — Aberdeen, 28 de maio de 1937)

 
Desenvolveu  a Teoria da Personalidade (visão Adleriana) com base no complexo de inferioridade, na luta pela superioridade, no estilo de vida, nos interesses sociais, na constelação familiar, na teoria da psicoterapia, e na interpretação de sonhos, entre outros.

De acordo com Adler, o indivíduo saudável esforçar-se-ia por superar o seu complexo de inferioridade por meio do envolvimento na sociedade, uma vez que, ao preocuparmo-nos com os outros, ao ajudarmos os outros, vamos desenvolver sentimentos positivos de valor próprio (autoestima) e desenvolver a nossa auto-confiança.

Para Adler, o egoismo poderia estar associado a uma necessidade de dominar, a uma recusa face à cooperação, a querer tomar e não querer partilhar, e tal estaria associado ao complexo de superioridade. Para Adler, o complexo de superioridade seria nada mais do que uma carapaça a mascarar sentimentos de inferioridade, pois a pessoa teria dúvidas ocultas sobre as suas habilidades e capacidades.



Espelhos

Porque o valor de uma pessoa não se deveria reduzir ao seu reflexo no espelho.

Porque, muitas vezes, dizer (mas sentindo o que se diz) a alguém o quanto se gosta dele/a, focando os seus pontos positivos (em vez de, continuamente, a "deitar abaixo", "atirando-lhe à cara" todos os defeitos e todos os erros) pode fazer tanto pelo bem-estar psicológico/emocional e físico da outra pessoa.

Porque, mais importante do que os espelhos que nos rodeiam, é a opinião do outro. Tanto mais quando o outro é importante na nossa vida. 



sexta-feira, 25 de maio de 2012

ANIVERSÁRIOS: James McKeen Cattell, Psicólogo

James McKeen Cattell (25 de Maio, 1860 - 20 de Janeiro, 1944)

James Cattell, Psicólogo Norte-Americano, ajudou, no início da sua carreira, a credibilizar a Psicologia como Ciência.

Foi Presidente da Associação de Psicólogos Americana, em 1895.

Promoveu o desenvolvimento da Avaliação Psicológica, por meio da criação de Testes Psicológicos e promoveu o desenvolvimento da Psicologia por meio da criação e edição de Jornais/Revistas Científicos/as de Psicologia, tendo fundado o Psychological Review.

 


25 de Maio: Dia Internacional das Crianças Desaparecidas

Dia Internacional das Crianças Desaparecidas


«A Missing Children (Federação Europeia de Crianças Desaparecidas e Exploradas Sexualmente) lança uma campanha europeia para assinalar o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas. Em todos os países europeus, no dia 25 de maio, às 9 horas portuguesas (ou seja, às 10h CET) será difundido, por todos os meios possíveis, o vídeo da campanha.

Em Portugal assinalou-se, pela primeira vez, em 25 de Maio de 2004, o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, por iniciativa do Instituto de Apoio à Criança.

A origem desta data funda-se no facto de no dia 25 de Maio de 1979 ter desaparecido uma criança de 6 anos, Ethan Patz, em Nova Iorque. Nos anos seguintes, pais, familiares e amigos reuniram-se para assinalar o dia do seu desaparecimento e, em 1986, o dia 25 de Maio ganha uma dimensão internacional quando o Presidente Reagan o dedicou a todas as crianças desaparecidas.

Esta data tem vindo a ser assinalada em diversos Países da Europa, à semelhança do que sucede na Bélgica, desde 2002, em que a Child Focus, associação belga criada pelo pai de uma das crianças assassinadas pelo pedófilo Dutroux, decidiu adotar este dia associando-se assim ao movimento iniciado nos Estados Unidos.

A Federação Europeia das Crianças Desaparecidas e Exploradas Sexualmente, a Missing Children Europe, criada em 2001, e que o IAC integra desde a sua fundação, também todos os anos assinala o 25 de Maio e recomenda iniciativas nesse dia às ONG nacionais.

As organizações que intervêm nesta área adotaram como símbolo a flor de miosótis, em inglês "forget me not".»

quinta-feira, 24 de maio de 2012

INICIATIVAS: DaVinci Lisboa ExpoSul - Verão 2012

Damos hoje a conhecer o programa das Férias de Verão 2012 do Ginásio DaVinci Lisboa ExpoSul!!!








NOTÍCIAS: «Criança de seis anos impedida de frequentar escola por ser hiperactiva»

Importa colocar algumas questões:

  1. Que tipo de acompanhamento profissional tem a criança? Que qualidade tem esse acompanhamento?
  2. A escola, de acordo com o modelo da escola integrativa vigente, deveria estar preparada (ou procurar preparar-se) para lidar com este tipo de situações. Porque não o fez até agora? Afinal, são Necessidades Educativas Especiais.
  3. Porque é que não são disponibilizadas ações de formação junto da comunidade escolar (professores, auxiliares de ação educativa, associações de pais, etc) relativamente à temática das Necessidades Educativas Especiais? Com tanta temática para reuniões, esta bem que poderia ser uma delas. Tal poderia evitar este tipo de consequências (por exemplo, os pais unirem-se para exigir a expulsão de outros alunos tidos como "problemáticos", etc).

«Criança de seis anos impedida de frequentar escola por ser hiperactiva»



«Eram 8h50 da manhã desta quarta-feira. À porta da escola primária da Avenida, em Viana do Castelo, a encarregada de educação de um menino de seis anos é informada de que a criança não pode entrar.

Os portões fecham-se depois de sair a coordenadora do estabelecimento de ensino, que explica à encarregada de educação que o menino está impedido de frequentar as aulas por estar alegadamente “suspenso” devido ao seu comportamento hiperactivo.

A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) diz que não é caso único. Este ano lectivo é o quarto, desde Janeiro, todos na área abrangida pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN). A Confap avisa o Ministério da Educação e Ciência (MEC): “É um caminho perigoso porque representa a desistência do sistema” destas crianças.

No meio da rua, em pleno centro da cidade, e sempre na presença da criança, os avós, que assumiram a tutela desde o primeiro ano de vida, ouvem a coordenadora e não aceitam a decisão. Decidem chamar a PSP. Mesmo depois da intervenção dos agentes da Escola Segura, cerca de uma hora depois, o menino continua sem poder entrar na escola, a mesma onde também estuda a irmã mais velha. A participação na esquadra local foi o passo seguinte, os avós defendem que a escola não tem qualquer justificação para a suspensão.


Agressões e transferências


A situação e os alegados conflitos gerados pela criança, na turma do 1.º ano, são conhecidos desde Setembro. Desde então, a criança vem sendo acompanhada pelo serviço de pedopsiquiatria do hospital de Viana.

A alegada violência exercida sobre alguns colegas, professores e auxiliares veio a público em Novembro quando os encarregados de educação de 15 das 20 crianças da sala decidiram impedir os filhos de frequentar as aulas. Consideravam não estarem reunidas “condições de segurança” para o efeito. A maioria acabaria mesmo por optar pela transferência de estabelecimento de ensino.

A semana passada tudo se voltou a complicar na sequência de uma crise de hiperactividade.
“Numa destas crises, partiu uma janela e o agrupamento de escolas deu ordem que quando acontecesse alguma coisa do género [a criança] tinha de ir para o hospital. Mas nós só fomos avisados quando ele já estava lá”, explica Ana Paula Silva, avó e encarregada de educação, que trabalha a poucos metros da escola.

O rapaz passou sexta, segunda e terça-feira em casa e fez, entretanto, uma troca de medicação “para tentar ajustar o comportamento”, acrescenta a familiar. “Como estava melhor decidimos trazê-lo de volta mas não o deixaram entrar” lamenta.


Direito à educação


Em declarações ao PÚBLICO, Albino Almeida, presidente da Confap, não esconde “a enorme preocupação” com “aquela que parece ser a solução” escolhida pelo MEC para estes casos. Além dos quatro registados no Norte, o responsável adianta que várias comissões de protecção de crianças e jovens em risco, de todo o país, lhe reportaram a existência de “uma grande pressão por parte de docentes e pais para que outras crianças sejam impedidas de ir à escola”.

“Pressinto que aquele que deveria ser um caminho absolutamente excepcional pode vir dispensar muiitos jovens das aulas, atirando-os para a marginalidade completa”.

O responsável sublinha que esta excepção “tem de ser muito limitada no tempo” sob pena de se estar a adiar um problema que existe. Apesar de reconhecer as limitações das escolas, muitas sem equipas multidisciplinares, sublinha a necessidade destas “crianças verem garantida a sua integração na sociedade”. “Não é por ser doente que esta criança deve ser afastada da educação porque é um direito que ela tem”, sustenta.

Uma opinião partilhada pela Associação Portuguesa da Criança Hiperactiva. Ao PÚBLICO a presidente Linda Serrão classifica de “escândalo” ser negado a uma criança o direito de frequentar a escola “seja qual for o problema que apresente”.

A responsável, mãe de três filhos hiperactivos, explica que esta patologia não justifica as “crises de hiperactividade” relatadas pelo estabelecimento de ensino a não ser que existam outros problemas de saúde associados.Linda Serrão considera que a decisão de suspender a criança traduz “a incompetência dos professores” em lidar com a situação e, disponibiliza os serviços da associação para realizar, em Viana, acções de formação na área da hiperactividade.

Ao PÚBLICO, o neuropediatra Nuno Lobo Antunes escusa-se a pronunciar-se sobre este caso em particular mas admite que a hiperactividade, face aos comportamentos perturbadores relatados, não seja o único problema da criança. “Não podemos olhar para este menino apenas como um miúdo hiperactivo ele terá seguramente outras dificuldades de ordem emocional associadas”, sustenta.

Segundo este especialista a hiperactividade “aparece sozinha em apenas 30% dos casos. Dois terços das crianças apresentam outro tipo de perturbações". Admite que, neste caso em concreto, “transitoriamente” a criança possa “não ter condições para ir à escola”. “Se todos os intervenientes estão de acordo e decidiram nesse sentido poderá ser é o mais adequado e prudente para a criança”, acrescenta.

A “ausência temporária do menino [da escola] prende-se com uma medida concertada entre a equipa médica pedopsiquiatra, docentes da educação especial, direcção da escola e assistente social, que acompanham o caso”, disse a assessora de imprensa do MEC, depois de a directora da escola, o director do agrupamento e a DREN se terem escusado a falar.»

terça-feira, 22 de maio de 2012

NOTÍCIAS: «Psiquiatras criticam plano e alertam para risco de desatre clínico e social»

«Psiquiatras criticam plano e alertam para risco de desatre clínico e social»
Por Agência Lusa, publicado em 21 Maio 2012 - 16:49 | Actualizado há 1 dia 1 hora

Link 

«A Sociedade Portuguesa de Psiquiatria criticou hoje a escassa aplicação do plano nacional de saúde mental e alertou para a urgência de "tirar do papel" e aplicar o modelo de intervenção comunitária, para evitar "um desastre clínico e social".
Em declarações à Lusa, António Palha, presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), mostrou-se preocupado com a escassa aplicação prática das medidas previstas no Plano Nacional de Saúde Mental 2007-2016, "quando este já vai a mais de metade", e defendeu a necessidade de ser feita uma urgente avaliação da sua execução.
Na sequência de uma reunião, no domingo, os membros da SPPSM "refletiram sobre o plano" e chegaram àquelas conclusões, dando particular ênfase à falta de uma rede de cuidados continuados para os doentes mentais crónicos.
"Com o fecho dos hospitais, são precisas respostas comunitárias, mas as respostas tardam. Neste momento de crise é preciso uma estratégia", disse à Lusa.
Segundo o responsável, estes doentes necessitam de estruturas e locais adequados ao seu tratamento, e estão a ser enviados para casas sociais sem o devido acompanhamento médico, psicológico e de reabilitação.
"Já devíamos ter mais política de saúde mental na comunidade. Está mais no papel do que na prática. As leis são para cumprir. Temos a bandeira de um dos melhores países nos cuidados comunitários, mas a verdade não é essa. É preciso criar condições para o modelo funcionar, senão haverá um desastre social e clínico", afirmou.
Este desastre, a que o presidente da SPPSM alude, está relacionado com a crise económica e social que o país atravessa, criadora de "novas realidades", que necessitam de novas respostas, ou seja, de um novo plano de saúde mental que substitua o atual, já "desadequado".
"Há preocupações novas, é preciso fazer uma redistribuição das áreas e avaliar as prioridades, pois se os meios já eram escassos antes da crise, agora como vai ser?".
António Palha sublinha que, nos períodos de pobreza e miséria, há um aumento de prevalência das doenças mentais e físicas, e lembra que a saúde mental e física estão muito ligadas.
Além disso, apontou a necessidade de não deixar cair no esquecimento os doentes crónicos e de criar para eles um plano de reabilitação psico-social, pois há uma "certa tendência para achar que são casos sociais", o que é um erro, alertou.
António Palha assinalou, a propósito, que há muitas doenças mentais crónicas, entre as quais "psicoses graves".
Outras preocupações que não estão a ser acauteladas dizem respeito às dificuldades sentidas no interior do país -- como é o caso de Bragança, Castelo Branco ou Portalegre-, no que respeita a uma "assistência de qualidade".
A SPPSM considera também fundamental conhecer os dados epidemiológicos existentes e a prevalência de doenças mentais.
Para estes psiquiatras, a elaboração de um novo plano deverá contar com uma ampla colaboração de técnicos especializados e com experiência na área.»

INICIATIVAS: DaVinci ExpoSul - Ano Letivo 2012-2013

GINÁSIO DaVINCI EXPOSul - ANO LETIVO 2012-2013


INSCRIÇÕES ABERTAS!!!!

Condições especiais para quem se inscrever antes do início do ano letivo!!!



NOTÍCIAS: «Funcionamento do cérebro mudou em 12 pessoas que deixaram de ter medo das aranhas»

«Funcionamento do cérebro mudou em 12 pessoas que deixaram de ter medo das aranhas»


«A fobia pode atingir graus incapacitantes. Pode fazer com pessoas com aracnofobia não entrem num quarto durante dias por acreditarem que uma aranha está lá dentro. Mas um tratamento isolado, que durou várias horas, conseguiu que 12 pacientes deixassem de ter medo e fossem capazes de tocar numa tarântula passado seis meses. Pela primeira vez, conseguiu-se verificar a mudança no cérebro que reflecte a diminuição da fobia, refere um artigo publicado na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Science.

 Ao fim de seis meses, os pacientes continuavam a segurar nas tarântulas
Ao fim de seis meses, os pacientes continuavam a segurar
nas tarântulas (Henry Romero/Reuters (arquivo))

Uma equipa de investigadores da Universidade de Northwestern, em Chicago, nos Estados Unidos, fez um tratamento único contra o medo em 12 pessoas com fobia extrema a aranhas. “Antes do tratamento, alguns destes participantes não conseguiam caminhar num campo de relva com medo de que houvesse aranhas ou não entravam em casa ou num quarto durante dias se acreditassem que estava lá uma aranha”, disse Katherina Hauner, autora do artigo, em comunicado.

A aracnofobia, uma das várias fobias, é dos problemas mais comuns de ansiedade e afecta 7% da população. Antes da sessão, os participantes até tinham medo de olhar para fotografias de aranhas e, quando o faziam, o cérebro disparava nas regiões associadas ao medo durante um exame de ressonância magnética. Ou seja, a região da amígdala, da insula e do córtex cingulado activavam-se. Quando se pedia a estes 12 pacientes para se aproximarem de uma tarântula que estava numa caixa, eles ficavam a mais de que três metros de distância.

Depois, os investigadores fizeram uma única sessão de tratamento, que envolveu uma aproximação gradual ao aracnídeo. Durante a sessão, Katherina Hauner falou das tarântulas e desmistificou muitas ideias que aterrorizavam os doentes, mas não eram verdade. “Eles pensavam que as tarântulas eram capazes de saltar da caixa e atacá-los”, disse a investigadora. “Alguns pensavam que as tarântulas eram capazes de planear algo maléfico para os magoar de propósito. Expliquei-lhes que elas são frágeis e estão mais interessadas em esconder-se.”

Pouco a pouco, os pacientes conseguiram aproximar-se das tarântulas a passos lentos, tocaram no vidro externo do terrário, tocaram na tarântula com um pincel, depois com uma luva e, finalmente, tiveram as tarântulas a andar nas mãos. Um novo exame ao cérebro, feito logo após a terapia, revelou uma diminuição da actividade nas regiões do cérebro associadas ao medo, quando os pacientes olhavam para uma fotografia de aranhas.

Esta diminuição manteve-se passados seis meses, quando voltaram a pedir aos pacientes que tocassem outra vez nas tarântulas. “Dirigiram-se imediatamente [à tarântula] e tocaram-lhe”, revelou Hauner. “Foi incrível vê-los, lembro-me de quão aterrorizados estavam no início.”»

segunda-feira, 21 de maio de 2012

INICIATIVAS: DaVinci ExpoSul - Verão2012

INSCRIÇÕES ABERTAS!!!


GINÁSIO DaVINCI EXPOSul - Verão2012


Não perca o Programa de Férias de Verão do
Ginásio DaVinci ExpoSul!!!

Para mais informações:
Ginásio DaVinci Expo Sul - Gustavo Neto
Rua da Nau Catrineta, Lt 3.06.01.F
Email: lisboa-exposul@davinci.edu.pt
Telefone: 216007211


Coisas de Psicólogo

Porque a segunda-feira é um dia complicado para muita gente... Um pouco de humor.
Recebi esta lista há relativamente pouco tempo.

O psicólogo não adoece, somatiza;
O psicólogo não transa, libera libido;
O psicólogo não estuda, sublima;
O psicólogo não dá vexame, surta;
O psicólogo não esquece, abstrai;
O psicólogo não fofoca, transfere;
O psicólogo não tem idéia, tem insight;
O psicólogo não resolve problemas, fecha gestalt;
O psicólogo não muda de interesse, altera figura-fundo;
O psicólogo não se engana, tem ato falho;
O psicólogo não fala, verbaliza;
O psicólogo não conversa, pontua;
O psicólogo não responde, devolve a pergunta;
O psicólogo não desabafa, tem catarse;
O psicólogo não é indiscreto, é espontâneo;
O psicólogo não dá palpite, oferece alternativa;
O psicólogo não fica triste, sofre angústia;
O psicólogo não acha, intui;
O psicólogo não faz frescura, regride;
O psicólogo não mente, resignifica;
O psicólogo não paquera, estabelece vínculo; 
O psicólogo não é gente, é estado de espírito!

Dias e Psicologias

Ontem, dia 20 de Maio, em Espanha, foi o Dia do Psicólogo.
 
Também o Brasil tem um dia dedicado a esta profissão: dia 27 de Agosto.

Para quando um Dia do Psicólogo em Portugal?


Legenda da Imagem:
Da Esquerda para a Direita: Donald Winnicott, Abraham Maslow, Erich Fromm, Ivan Pavlov, Burrhus Skinner, Carl Rogers, Stanislav Grof, Jean Piaget, Salvador Minuchin, Hermann Rorschach, Sigmund Freud, Jacques Lacan, Carl Jung, Françoise Dolto, Enrique Pichon Riviere, Melanie Klein, Sigmund Freud.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

NOTÍCIAS DA OPP: «Ordem acorda com AXA comparticipação de consultas»

Novo Protocolo celebrado pela OPP.

Link 

«Um protocolo celebrado entre a OPP, a SABSEG e a AXA vai permitir que os cidadãos passem a ter acesso a consultas de Psicologia comparticipadas pelos pacotes de seguros de Saúde.


As consultas de Psicologia vão passar a ser comparticipadas e a estar incluídas nos pacotes de seguros de saúde. Para este efeito, a Ordem dos Psicólogos Portugueses estabeleceu um protocolo com a companhia de Seguros AXA, de resto uma empresa já com uma longa tradição de trabalho com Ordens Profissionais.
A partir de agora, os cidadãos poderão usufruir de consultas de psicologia, em pacotes de 12, 18, ou mais sessões, de acordo com as suas necessidades. Além disso, o cliente não depende de outro profissional de saúde para lhe prescrever a consulta. Pode dirigir-se e marcar a consulta directamente com um psicólogo devidamente inscrito na Ordem.
Trata-se de um avanço fundamental para a prática da Psicologia, uma vez que até agora as consultas estavam completamente excluídas dos pacotes de seguros. Numa altura em que o país vive uma época de crise financeira e instabilidade, os cidadãos passam a usufruir de uma maior cobertura e melhores condição de acessibilidade às consultas de Psicologia.»

INICIATIVAS: «EUA: jovem de 15 anos organiza livraria para as crianças sem-abrigo»

Iniciativas pela Inclusão Social


«Para uma criança ou jovem sem-abrigo, o acesso a livros para a sua idade não será um dos mais prementes problemas, mas quando se fala em inclusão social, a cultura e informação serão sempre importantes para o cidadão e jovem alterar a sua condição social.

Foi a pensar nos jovens de famílias mais desfavorecidas e nas sem-abrigo que Lilli Leight, de 15 anos, criou uma livraria com publicações infantis. A ideia tem como ponto de partida um Clube do Livro para adolescentes de Miami, na Florida, que começou a pedir aos seus sócios livros que estes já tivessem lido.

Com o avançar do projecto – chamado iRead – Leight institui um esquema que incentivava os amigos dos amigos a doarem livros, uma iniciativa posteriormente alargada às escolas, organizações comunitárias e livrarias locais.

Os livros foram depois entregues aos centros comunitários para sem-abrigo, sendo que estes eram incentivados a levarem alguns consigo, assim que a sua situação se alterasse e abandonassem estes abrigos temporários.

O iReed é também um local de discussão os livros, já organizou sessões com alguns autores e até ajuda as crianças nos seus trabalhos de casa.

Leight, que explicou que se sentiu “poderosa” ao elaborar este projecto – “senti que podia ajudar a mudar o mundo, nem que seja com uma criança de cada vez” – começou a fazer trabalho voluntário com sem-abrigo aos… 12 anos!

Então, reparou que a grande maioria das crianças que viviam no centro comunitário para sem-abrigo perto de sua casa acabavam o dia a ver televisão, sobretudo por falta de alternativas culturais.

Segundo o portal GOOD, há cerca de 1,6 milhões de crianças sem-abrigo nos Estados Unidos. A livraria infantil para sem-abrigo acabou de vencer o prémio Inovações para a Leitura, organizado pela National Book Foundation norte-americana.

Esta é apenas uma história de voluntariado e trabalho para a comunidade, mas não deixa de ser a prova que para mudar o mundo não temos de chegar a toda a população mundial. Basta a uma criança de cada vez.»

NOTÍCIAS: «Jetlag social? Talvez sofra de um novo síndrome e não saiba disso»

JORNAL i

«Jetlag social? Talvez sofra de um novo síndrome e não saiba disso»



«Num país a sul como o nosso, as rotinas sociais tendem a ir sendo empurrada para mais tarde, além de que há uma certa expectativa quanto a ficar-se “até mais tarde” no trabalho. E nada disto importaria muito (enfim, pelo menos em termos de saúde humana), se não fosse o facto de todos nós termos um relógio biológico que vem de tempos um pouco mais simples, governados pelo sol e pelas estações do ano, e de ser um relógio impossível de acertar de acordo com a nossa vontade ou obrigações socio-profissionais.
Este relógio biológico governa, entre outras coisas, a janela de tempo apropriada para dormir – estamos programados para dormir em alturas pré-definidas e não quando podemos ou entendemos fazê-lo. Existindo discrepância entre este nosso relógio interno e o socio-profissional, o que vai implicar em privação de sono, a saúde queixa-se de formas diversificadas e algumas, mesmo, surpreendentes.
 Num estudo que decorre já há 10 anos, em larga escala, e da responsabilidade da Universidade de Munique, uma das conclusões a propósito deste jetlag social é curioso: quanto maior a discrepância entre os dois relógios, maior a propensão para a obesidade. Por isso, se está a fazer um esforço no sentido da elegância e boa forma física, melhor será defender uma hora de deitar menos tardia e garantir que tem o tempo suficiente para dormir até que o despertador lhe recorde a obrigação de levantar.
 Ainda que este trabalho tenha incidido mais no jetlag social, têm sido amplamente estudados vários efeitos da privação de sono crónica em que as sociedades modernas parecem ter caído, e apurados o seu impacto sobretudo ao nível da saúde física, bem-estar emocional e capacidades intelectuais. Os resultados são claros e arrepiantes, mas comportam uma excelente notícia: cuidar da nossa saúde passa também por um acto simples e ao alcance de todos: garantir que dormimos o suficiente! Culturalmente, somos levados a desprezar as horas de sono como um tempo perdido ou próprio de quem precisa de descansar (quase como se fosse um acto de preguiça ou fragilidade pessoal). No entanto, tendo em conta o impacto que o sono tem no organismo, quase seria de arriscar dizer que vale mais uma hora a dormir do que acordado!
Por isso, e por muito que tentador que seja ficar a ver esse filme, sair para jantar com os amigos ou deixar a casa capaz de receber uma figura de estado, organize a sua vida para se deitar 7 a 8 horas antes da hora a que tiver de se levantar e defenda esse direito com unhas e dentes. A sua saúde, bom humor e, como agora se demonstrou, a sua elegância, assim obrigam.
* Em parceria com a Oficina de Psicologia»

quarta-feira, 16 de maio de 2012

INICIATIVAS: Ginásio DaVinci ExpoSul

No DaVinci Lisboa ExpoSul somos adeptos de uma vida mais saudável.

Costumamos fazer caminhadas pelo Parque das Nações, quando o tempo o permite.

E, recentemente, resolvemos promover o consumo de frutas. Em vez de máquinas de vending com comida fast food, disponibilizamos fruta fresca na recepção.

Podemos dizer que a fruta não tem durado muito tempo sem desaparecer. Sucesso instantâneo!



INICIATIVAS: DaVinci ExpoSul - Férias de Verão


 Brevemente!!!


Não perca o Programa de Férias de Verão do 
Ginásio DaVinci ExpoSul!!!


Para mais informações:
Ginásio DaVinci Expo Sul - Gustavo Neto
Rua da Nau Catrineta, Lt 3.06.01.F
Email: lisboa-exposul@davinci.edu.pt
Telefone: 216007211


terça-feira, 15 de maio de 2012

INICIATIVAS: Ginásio DaVinci ExpoSul


Filosofia para Crianças

Mais uma iniciativa do nosso DaVinci ExpoSul: Filosofia para Crianças.
A demonstração terá lugar dia 09 de Junho de 2012.
Para crianças dos 6 aos 9 anos, a sessão terá início às 15h30.
Para crianças dos 10 aos 13 anos, a sessão terá início pelas 17h.

Para mais informações, contacte-nos.

Ginásio DaVinci Expo Sul - Gustavo Neto
Rua da Nau Catrineta, Lt 3.06.01.F
Email: lisboa-exposul@davinci.edu.pt
Telefone: 216007211

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Do falar e do desabafar...






Falar, mesmo que connosco, permite-nos organizar os nossos pensamentos e a confusão interna que advém de situações de stress.

Falar com alguém permite-nos, mais facilmente, colocar os nossos problemas em perspectiva, com a particularidade da possibilidade de feedback face à insegurança que os momentos de stress fomentam.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

CONFERÊNCIAS: 6ª Tertúlia do Grupo Unidades Terapêuticas

6ª Tertúlia do Grupo Unidades Terapêuticas:

A delinquência juvenil com António Duarte Fonseca (ISPA)

Quarta-feira, 16 de Maio de 2012, das 21h30 às 23h30

A NÃO PERDER, na Livraria Ler Devagar.

Link

CONFERÊNCIAS: Psicopatas

18 Junho, 2012, das 18h30 às 21h30
Local: Lisboa, espaço a ser divulgado brevemente.
Entidade: Associação Portuguesa de Psicologia JudiciáriaEntrada livre
Inscrições: Efectuadas através do email psicologia.judiciaria.ca@gmail.com
Enviar
indicação do nome, formação, assim como contacto telefónico.

Os perigos da Etiquetagem



Porque uma criança pode ser irrequieta sem sofrer de Perturbação de Atenção com Hiperactividade.

Porque nem todas as crianças atingem os mesmos níveis de maturidade em simultâneo. 

Porque todas as crianças são diferentes, mas igualmente ricas interiormente.

Para que não haja a tendência de sobrediagnosticar fenómenos não patológicos do desenvolvimento infantil. 

E para que um diagnóstico (mesmo correcto) não tire a felicidade nem a alegria da criança diagnosticada.

terça-feira, 8 de maio de 2012

sábado, 5 de maio de 2012

NOTÍCIAS: «Escola de Portimão pôs crianças a policiar colegas no recreio»

A notícia vale o que vale. Como sabemos, as notícias são interpretações da realidade por parte dos jornalistas.

No entanto...

1. Eu não fomentaria a figura do "bufo"/"chibo" junto de crianças. Até porque, se não for um programa bem criado, pode correr mal. Ou seja, utilizaria outras tarefas que pudessem promover o recurso a comportamentos não violentos na escola.

2. Todavia, a utilização de pares é positiva na contenção de situações várias e mesmo como facilitadores na diminuição de situações problemáticas, dependendo do modo como este recurso é utilizado, claro.

3. O que é que os pais entendem por "antipedagógico"? Já agora, deram alternativas?
No meu entender, aprender a dirimir situações potencialmente violentas é extremamente pedagógico. Aliás, ensina a desenvolver estratégias que podem ser extrapoladas para muitas outras situações.


PÚBLICO

«Escola de Portimão pôs crianças a policiar colegas no recreio»


Link 

«Na escola do 1.º ciclo do Pontal, em Portimão, os tempos de recreio passaram a ser acompanhados por uma "patrulha de segurança", constituída por professores e alunos, com o objectivo de "prevenir agressões" e "promover atitudes e comportamentos socialmente mais adequados".

O projecto dá pelo nome de PSP (Patrulha de Segurança do Pontal). Estas iniciais estão inscritas nas t-shirts brancas que devem ser utilizadas pelas crianças que integram a patrulha.

A constituição da patrulha está prevista no plano anual de actividades para o 1.º ciclo do agrupamento vertical de escolas D. Martinho de Castelo Branco, onde está inserida aquela escola. Segundo a descrição feita por alunos, a patrulha deve efectuar "rondas no recinto escolar nos horários críticos da escola, valorizando sempre o diálogo".

Por considerarem que o projecto é "antipedagógico" e propiciador de "situações de bullying", os pais dos alunos de uma turma do 4.º ano solicitaram, em Março, a extinção deste projecto. Primeiro numa carta dirigida a responsáveis do agrupamento e depois, face à ausência de respostas destes, à Direcção Regional de Educação do Algarve e à Inspecção-Geral de Educação e Ciência (IGEC).

Nestas cartas os pais dizem ter sido informados da existência da patrulha no início de Março, durante uma reunião com a professora da turma. Foi-lhes dito que a patrulha era integrada "por duas crianças de cada turma" e que a sua missão era a de "tomar nota do nome dos colegas da escola que apresentam comportamentos inadequados". "Estes nomes serão colocados em local público para que toda a comunidade escolar tenha conhecimento dos mesmos", acrescentam.

A IGEC já concluiu a sua averiguação. Questionado pelo PÚBLICO, o gabinete de imprensa do Ministério da Educação e Ciência esclareceu que "fez uma recomendação à escola de que, sempre que possível, envolvesse os encarregados de educação nos projectos a desenvolver". Nada mais. Contactado pelo PÚBLICO na semana passada, o director do agrupamento, José Ramos, indicou que a actividade foi entretanto suspensa para os alunos da turma cujos pais reclamaram. "Temos 21 turmas e só houve queixas dessa", justificou. O responsável escusou-se a prestar esclarecimentos sobre as razões que levaram à criação da patrulha e os resultados desta actividade.

O "código deontológico" elaborado para a patrulha de segurança estabelece que as "situações dignas de registo" são aquelas que envolvam "agressões físicas", "agressões verbais, quando forem ofensivas para o aluno ou para os seus familiares, funcionários e professores" e "má utilização das instalações, equipamentos e materiais".

Os pais que protestaram contrapõem: "As crianças têm como principal função aprender, tendo direito a um intervalo para brincar. Não têm de "espiar" os colegas." Lembram também que ninguém os esclareceu ainda de "quem seria o responsável", no caso de existir "alguma situação de agressão entre alunos" provocada pelo facto "de uns estarem a apontar nomes de outros para mais tarde serem entregues à professora".

O plano anual de actividades, que contempla a constituição da patrulha de segurança, foi aprovado pelo conselho geral, o órgão máximo do agrupamento onde têm assento representantes dos professores, dos pais, da autarquia e da comunidade. Por lei, o conselho pedagógico tem também de dar parecer sobre o plano anual de actividades.»
 

CONGRESSOS: II Encontro Nacional de Psicologia Comunitária

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sexta-feira, 4 de maio de 2012

CISM - Gestão de Stress em Incidente Crítico

O que é o CISM (Critical Incident Stress Management)?

«O CISM é um programa estruturado com o fim de garantir a assistência e apoio psicológico a quem estiver envolvido num incidente crítico.

Para além de estar vocacionado para este apoio e acompanhamento durante a crise (a crise representa uma ruptura no equilíbrio psicológico)inclui ainda um programa educacional. Esta última componente engloba um plano de educação para a promoção da saúde, efectivo e com fins preventivos. Além disso permite que os indivíduos aprendam a lidar com uma situação indutora de stress no momento em que ela ocorre e nos momentos posteriores.

O programa CISM começa antes do incidente: com informação, educação e formação, possibilitando mudanças ao nível da cultura empresarial, relativas à área dos Factores Humanos.»

O que é um Incidente Crítico?

«Qualquer evento, relacionado com o trabalho, que cause uma reacção emocional forte com potencial para dominar as estratégias de coping usualmente eficazes, de um indivíduo ou de um grupo e com poder para interferir na capacidade de desempenharem as suas funções naquele momento ou mais tarde»

Exemplos: o falecimento de um familiar; amigo ou colega; a perda do emprego; sofrer um acidente de viação; ser-se assaltada/o; ser-se violada/o; sofrer-se uma agressão; catástrofes naturais, etc.

O que é o Stress de um Incidente Crítico?

«é a reacção de stress que uma pessoa ou um grupo tem a um incidente crítico. É caracterizado por um vasto número de sinais e sintomas cognitivos, físicos, emocionais e comportamentais. Podem manter-se durante alguns dias ou por um período de tempo mais prolongado. São reacções normais a um evento anormal.»

O que é uma Intervenção CISM?

«É um processo formal, estruturado e profissionalmente reconhecido com o objectivo de ajudar aqueles que estiveram envolvidos num incidente crítico. É um processo educativo, voluntário e confidencial.»
 

Alguns dos sinais ou sintomas possíveis de stress decorrentes de um incidente crítico

Físicos
  • Fraqueza
  • Tonturas
  • Náuseas
  • Fadiga
  • Dores no peito
  • Dores de cabeça
  • Pressão arterial alta
  • Vómitos
  • Tremores
  • Taquicardia
  • Sudação intensa
 Cognitivos
  • Pesadelos
  • Confusão, incerteza
  • Hipervigilância, desconfiança
  • Incapacidade na resolução de problemas
  • Falta de atenção, falta de concentração
  • Alterações de memória
  • Desorientação temporal, local ou pessoal
  • Dificuldade em identificar objetos/pessoas
Emocionais 
  • Medo, apreensão, pânico
  • Culpa
  • Dor
  • Rejeição
  • Ansiedade, agitação, irritabilidade, fúrias
  • Depressão, angústia intensa
  • Perda de controlo emocional
  • Resposta emocional desapropriada
Comportamentais
  • Atitudes antissociais
  • Incapacidade para descansar, hiperatividade
  • Movimentos assíncronos
  • Alterações de comportamento
  • Alterações da fala
  • Alteração do apetite
  • Hipersensibilidade
  • Aumento do consumo de álcool
  • Aumento do consumo do tabaco
  • Alteração dos métodos normais de comunicação

Sofri um Incidente Crítico? O que fazer?

Se foi protagonista de um acontecimento traumático ou incidente crítico, mesmo depois de tudo acabado poderá sentir, de imediato ou posteriormente, reações fortes quer emocionais, quer físicas.
«Por vezes, as emoções post-traumáticas (ou reacções ao stress) surgem logo após o sucedido. Outras vezes aparecem horas ou dias depois. E, em alguns casos, semanas e até meses.

Os sinais e sintomas de stress podem durar dias, semanas, meses ou até mais dependendo da percepção e interpretação do sucedido.»

Assim logo que possível, e quanto mais cedo melhor, contacte um profissional certificado em Intervenção em Crise ou a sua equipa CISM (um dos Pares ou o Coordenador Nacional, caso haja). Eles estão preparados para lhe dar apoio seja a que hora for e no local que escolher. 
Por vezes poderá ser necessária a intervenção de um profissional de saúde; o profissional certificado, tal como o Coordenador Nacional e os Pares sabem quando devem fazer o encaminhamento.

Possíveis formas de lidar com as respostas de stress - Nas primeiras 24/48h

  • Períodos de exercício físico alternados com períodos de descanso poderão aliviar algumas reações físicas
  • Organize o seu tempo, mantenha-se ocupado. Lembre-se que está a ter reações normais a uma situação anormal.
  • Falar sobre o que aconteceu e como reagiu ajuda.
  • Evite a ingestão excessiva de medicação e álcool.
  • Não se isole. Procure a companhia e apoio de amigos e família.
  • Lembre-se que os que o rodeiam também se encontram sob tensão.
  • Escreva o que vai sucedendo durante as horas de vigília.
  • Faça atividades que lhe agradem.
  • Não faça mudanças radicais quanto ao seu estilo de vida.
  • Descanse. 
  • Faça refeições equilibradas regularmente, mesmo que não lhe apeteça.
  • Tome o máximo de decisões possíveis, de forma a sentir que tem controlo sobre a sua vida (por exemplo, decida o que quer comer, mesmo que não tenha uma ideia concreta).
  • Pensamentos repetitivos/intrusivos, sonhos e retrospetivas são normais - tente não lutar contra eles, pois irão diluir-se ao longo do tempo e tornar-se-ão menos dolorosos.
 

 Informação útil para amigos e familiares

  • Oiçam com atenção;
  • Disponham de tempo para passar com a pessoa traumatizada;
  • Ofereçam-se para ajudar e ouvir;
  • Demonstrem-lhes confiança;
  • Auxiliem-nos nas tarefas diárias, tais como: limpar, cozinhar; olhar pela família, cuidar das crianças;
  • Deixem-nos algum tempo a sós
  • Não suponha que qualquer atitude de fúria ou similar é contra si;
  • Não lhes diga que “podia ter sido pior” – as pessoas traumatizadas não se consolam com tais argumentos. Por outro lado lamente o ocorrido e demonstre que o compreende e que deseja auxiliá-lo

Retirado e adaptado de  NAV - CISM.

Ana Simões
Psicóloga
Certificada em Intervenção em Crise pelo ICISF
T. (351) 962 569 879
Email: ana.simoes.psicologa@gmail.com

quinta-feira, 3 de maio de 2012

CONGRESSOS: III Jornadas contra a Violência

III Jornadas contra a Violência

25 de Maio 2012, Santarém

«No próximo dia 25 de Maio irá decorrer a terceira edição das Jornadas contra a Violência. Este evento terá lugar na Casa do Brasil, em Santarém.
Esta edição das Jornadas contra a Violência vai contar quatro painéis, que irão abordar as seguintes temáticas: Violência em contexto escolar; Violência contra crianças e jovens em contexto familiar; Stalking - assédio persistente, perseguição; e Segurança Sénior.
Além de técnicos da APAV, o painel de oradores deste seminário inlcui representantes da Câmara Municipal de Santarém, Escola Superior de Educação de Santarém, Universidade Fernando Pessoa, CPCJ e GNR, entre outras outras instituições.
O programa inclui ainda actividades extra: exibição do filme "Dou-te os meus olhos" (Casa do Brasil, dia 25, 21h30); e workshop de defesa pessoal (pavilhão gimnodesportivo, dia 26, 15h).

Inscrição:
5€ para profissionais; grátis para estudantes
as inscrições podem ser feitas para apav.santarem@apav.pt ou 243 356 505»

Link

ANIVERSÁRIOS: Karl Abraham, Psicanalista

Karl Abraham, Psicanalista (Bremen, 3 Maio, 1877 - Berlim, 25 Dezembro,1925)

Tomou contacto pela primeira vez com a Psicanálise através de Carl Jung.
Psicanalista alemão, foi um dos primeiros discípulos de Freud.
Utilizou a Psicanálise para explicar mitos e lendas, assim como tradições populares.
Foi analista de Melanie Klein, entre outros.

Mezan, R. (1999). O Inconsciente segundo Karl Abraham. In Psicologia USP, 10 (1).

quarta-feira, 2 de maio de 2012

NOTÍCIA: Discriminações, abusos e consequências

«O colega de quarto era gay. Filmou-o a ter sexo, espalhou na net. O colega matou-se.»


«Um jovem de 18 anos, de ar frágil, tímido, violinista talentoso (toca já numa orquestra), vai estudar para a universidade em Nova Iorque. No quarto que divide, a universidade coloca um estudante de características opostas: assertivo, arrogante, vaidoso, e hábil nos computadores.
O primeiro chama-se Tyler, o segundo Ravi. De nacionalidade indiana, Ravi tem várias objeções a Tyler. Entre elas, a origem relativamente modesta (o tipo é pobre, diz Ravi com desprezo em mensagens a amigos) e o facto de ser gay.
Ravi descobriu tudo isso através da Internet. Tyler participa regularmente num fórum chamado Just Us Boys. O nome -- só nós rapazes -- parece auto-evidente. Nem era preciso Ravi ter lá entrado. 
Esse convívio terá dado coragem a Tyler para se assumir ante os seus pais, pouco tempo antes. O pai apoiou-o, a mãe reagiu mal. O menos grave que lhe disse foi que precisava de tempo.
 Pediu o quarto para o serão
Quando segue para a universidade, Tyler está um bocado angustiado. Consta que no computador tinha fotografias da ponte George Washington, uma estrutura majestosa que se destaca sobre o rio Hudson, na parte norte de Manhattan.
Logo à partida compreende que o contacto com Ravi não é fácil. Mas como também é escasso, aguenta. Entretanto, na internet conhece um homem um pouco mais velho, com quem combina um encontro. Pede a Ravi que lhe ceda o quarto durante um serão -- tradição académica geralmente respeitada por lá.
Ravi acede. Mas antes de sair, deixa o seu computador ligado (écran escuro, para disfarçar) e com a camera a apontar para a cama de Tyler. Nas horas seguintes, a sua intuição confirma-se. Tyler e o tal homem mantêm uma relação íntima.
Ravi espalha logo a história. E quando dias depois Tyler lhe volta a pedir o quarto, resolve aproveitar a ocasião para uma produção maior. Fala a uma colega próxima, manda recados no Twitter. O mundo inteiro tem que ver. Na noite marcada, lá está o evento, embora não se tenha chegado de facto a filmar tudo.
 'Crimes de ódio' 
 No julgamento agora em curso, onde Ravi é acusado de invasão de privacidade e 'crimes de ódio', o homem com quem Tyler teve sexo conta que logo na altura suspeitou que os dois estavam a ser espiados. Uma impressão reforçada pela meia dúzia de estudantes que viu a rir de si nessa noite quando deixou o dormitório.
Tyler, esse, não esperou muito para reagir. Embora baralhado, apresentou queixa na universidade (nos EUA, esse género de atitude é levada a sério), solicitando mudança de quarto. Ravi ainda tentou enviar-lhe uma mensagem a pedir desculpa, mas nessa altura Tyler já estava a saltar da ponte George Washington. O corpo levaria algum tempo a ser encontrado.
Momentos antes de se atirar, enviou ele próprio uma mensagem aos amigos: "Saltando da ponte GW. Desculpem". O seu computador ficou no tabuleiro da ponte. E a defesa de Ravi tenta sugerir que o suicídio foi um gesto tão infantil como diz ter sido a atitude de Ravi.»

«Condenado o estudante que filmou colega gay a ter sexo, levando-o a matar-se»

Link

«O jovem estudante indiano Ravi Dharun, tristemente associado desde 2010 a uma história aqui relatada há duas semanas -- a de um outro estudante, seu colega de quarto, que cometeu suicídio após perceber que Ravi o filmara secretamente a ter relações íntimas com um homem mais velho no quarto que ambos os estudantes partilhavam -- foi declarado culpado por um júri num tribunal americano.
Ravi, recorde-se, não estava acusado de ter causado a morte de Tyler Clementi, mas de invasão de privacidade e de 'crimes de ódio' (ou seja, crimes relacionados com preconceito, no caso anti-gay; o efeito de intimidação foi considerado elemento essencial) bem como ainda de destruição de provas.
Este último aspecto referia-se ao pormenor de Ravi, após o suicídio, haver tentado apagar as posts que pusera no Twitter a convidar outras pessoas a assistir à sua transmissão directa de mau gosto a partir do quarto.
 Questões de motivação 
Como os factos básicos não estavam em causa no julgamento -- o rasto electrónico não permite dúvidas -- ficaram as questões psicológicas: as motivações do jovem que espiou e do que se matou. Os jurados, pelos vistos, consideraram claros e suficientes os indícios de má intenção por parte de Ravi.
Não terá ajudado um mail que ele enviou a uma amiga após receber a notícia do suicídio de Tyler, comentando que o pobre coitado não tinha amigos, portanto até fazia sentido. Sobre o seu próprio papel, nem uma vírgula.
A sentença ficou para breve. Como antes do julgamento Ravi recusou uma proposta de acordo feita pela acusação, segundo a qual admitiria crimes mas escapava à cadeia, é provável que acabe por ter de cumprir algum tempo. 
Seja como for, deverá acabar por ser deportado para o seu país natal. Para alguém ambicioso ao ponto de fazer pouco do colega não só por ser gay como por ser 'pobre' (i.e. não tão rico como ele próprio, ou mais precisamente a sua família), é um golpe duro. Na perspectiva de Ravi, a Índia talvez não tenha exactamente o mesmo cachet que Nova Iorque.»