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quinta-feira, 18 de julho de 2013

JORNAL DE NOTÍCIAS: «Instabilidade na escola pública gera más notas»


Jornal de Notícias

Instabilidade na escola pública gera más notas

por Leonor Paiva Watson

Instabilidade na escola pública gera más notas

«A instabilidade vivida nas escolas, o elevado número de alunos por turma e os próprios critérios de correção dos exames nacionais são as razões apontadas por especialistas para o descalabro das notas.
Ou são negativas ou são positivas baixinhas. As notas dos exames nacionais, seja qual for o ano ou a disciplina, dão o que pensar (ver a tabela ao lado). As causas - apontam aqueles que estão no terreno com os alunos - são pontuais e estruturais.
Jorge Ascenção, da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), diz que, para começar, "os critérios de correção das provas são apertados e que muitas vezes se invalidam respostas que estão certas por causa de pormenores". 

Concretamente, "houve um exame em que se perguntava o modo e o tempo de um determinado verbo. Todos os alunos que responderam que estava no presente do indicativo estavam certos mas viram as suas respostas serem cortadas, porque deveriam ter escrito que o verbo estava no indicativo e no presente, ou seja, ao contrário", exemplificou. Para o presidente da Confap, "isto é ridículo e não serve para avaliar conhecimentos. Não serve, aliás, para nada".

Adalmiro Fonseca, presidente da Associação Nacional de Diretores dos Agrupamentos das Escolas Públicas (ANDAEP), corrobora esta versão e conta que "os professores estão devastados, porque são obrigados a invalidar respostas certas". Aquele responsável avisa que "é preciso bom senso".

Falta de estabilidade
As associações avançam ainda com outras razões, como, por exemplo, a falta de estabilidade vivida nas escolas. Jaime Carvalho e Silva, da Associação de Professores de Matemática (APM), afirma que, "neste momento, os professores ainda não têm os manuais de acordo com os novos programas (para o básico), sendo que não podem preparar as suas aulas".

"Isto para não falar do facto de haver muitos docentes que a esta altura nem sequer sabem para onde vão lecionar e que anos vão lecionar". Para Jaime Carvalho e Silva, "é preciso investir-se na medida do que se exige".

Já Edviges Antunes, presidente dos Professores de Português (APP), aproveita a oportunidade para alertar para "o elevado número de alunos por turma" e esclarecer que "é incomportável para um professor ter 30 alunos numa sala, porque não vai dar a atenção que deveria a cada um". A líder da APP refere ainda o dilema em que vivem os professores que "ora cumprem o programa, ora cumprem as metas".

Paulo Guinote, autor do blogue "A Educação do meu umbigo", recorda também que "todos os anos há alterações, seja de programas, de metas, ou de aspetos da elaboração dos exames". Defende o docente que "tudo isto gera instabilidade para os docentes e para os alunos".»

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