Pretende-se, com a criação desta página, divulgar a intervenção psicológica ao nível da Prevenção, da Terapêutica e da Comunidade, junto de crianças e adolescentes, adultos e seniores, nos contextos clínico, educacional, forense, organizacional e formativo.
«A Direcção da OPP foi ouvida no passado dia 20 de
Setembro, pelas 12h, na Assembleia da República, pela Comissão
Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura. Esta reunião teve como
intuito sensibilizar os deputados presentes para 4 questões relacionadas
com a intervenção dos psicólogos em contexto escolar. A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) expressou a sua
preocupação relativamente à possibilidade da colocação de professores
nos Serviços de Psicologia e Orientação, com o objectivo de realizarem
“orientação escolar”, apelando à distinção do que se entende por
informação escolar e profissional, a qual poderá também ser desenvolvida
por docentes/ directores de turma e a orientação e aconselhamento
vocacional, as quais constituem áreas de intervenção que requerem
formação especializada em Psicologia, parecer este também veiculado por
reconhecidos especialistas da área, nos planos nacional e internacional.
Apesar da Senhora Secretária de Estado do ensino básico e
secundário ter já informado a OPP de não haver qualquer intenção do
Ministério de colocar professores nos Serviços de Psicologia e
Orientação, nem que estes assegurem o acompanhamento de alunos no âmbito
da Orientação Escolar e Profissional, as documentos oficiais recebidos
pelas escolas menciona explicitamente “orientação escolar”. Reflectiu-se
em torno da rectificação da respectiva circular, a fim de evitar
futuros atropelos que resvalem para a usurpação de funções do psicólogo
escolar com base na mesma. Foi reforçada, por parte da OPP, a
necessidade de revisão do enquadramento de atribuições do psicólogo em
contexto escolar presentes nos Decreto-Lei 300/97 e 190/91 e, em
particular, enquadrar os vários regimes em que os psicólogos prestam
serviços nas escolas, de forma a conseguir maximizar os benefícios por
eles gerados na comunidade escolar. A OPP informou estar a trabalhar
sobre esta revisão, tendo os deputados presentes mostrado interesse em
conhecer posteriormente a proposta de revisão e que a mesma possa ser
debatida numa plataforma tripartida entre a OPP, o governo e a
Assembleia da República.
A OPP manifestou ainda a sua apreensão
face à contratação mensal de psicólogos, a nível de escola, ao abrigo do
Decreto-Lei 132/12 para, supostamente, cobrir necessidades temporárias,
informando que apesar do compromisso do Ministério da Educação e
Ciência em contratar psicólogos, na sua maioria eles ainda não se
encontrarem nas escolas, não obstante o ano lectivo já ter iniciado.
Este tipo de contratação poderá vir a afectar, de forma significativa, o
trabalho desenvolvido por estes profissionais, com uma perda da
qualidade do serviço prestado para toda a comunidade escolar, dada a
exigência de continuidade dos cuidados prestados nesta área de
intervenção. Foi valorizado o papel do psicólogo em contexto escolar e a
importância de, dada a conjectura actual do nosso país, não haver um
desinvestimento, especialmente tendo em conta o papel importante que o
psicólogo escolar poderá também desempenhar em situações de crise.
Por
último, a OPP solicitou a revisão da portaria 1189/10, referente à
habilitação para a docência da disciplina de Psicologia no ensino
secundário, defendendo que a mesma seja separada da habilitação para
leccionar outras disciplinas, tais como a Sociologia e a Antropologia. A
OPP pronunciou-se desfavoravelmente relativamente à respectiva portaria
que impede qualquer pessoa formada num destes 3 domínios do saber de,
na prática, leccionar no ensino secundário, dada a inexistência de um
mestrado com o número de créditos exigido simultaneamente nestes 3
campos de estudo. Foi expressada por parte dos deputados presentes a
legitimidade dos psicólogos poderem lecionar a disciplina de Psicologia
no ensino secundário e o seu interesse em conhecer uma proposta da OPP
para a adequação desta portaria, em conjunto, com o trabalho das
Universidades no sentido de possuírem respostas curriculares compatíveis
com esta necessidade de habilitação.»
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