«A Ordem dos Psicólogos Portugueses defende mais psicólogos para o
Serviço Nacional de Saúde (SNS), sobretudo para os centros de saúde,
para facilitar o acesso das pessoas às consultas em tempo de crise.
Em
declarações à agência Lusa, o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo
Mourinho Baptista, assumiu que a crise tem afastado as pessoas com
necessidade de apoio psicológico das consultas no privado e lembrou que o
setor público tem poucas respostas.
"As pessoas não têm poder de
compra, por um lado, e não têm acesso [às consultas], por outro, porque o
Serviço Nacional de Saúde não satisfaz essa necessidade", vincou.
O
bastonário advogou que o número de psicólogos no SNS deveria ser, pelo
menos, o triplo do atual, atendendo ao contexto de crise, que, recordou,
potencia "o aumento da depressão, da ansiedade permanente, do stress,
dos consumos de vários tipos substâncias", como álcool, droga e
medicamentos, e "das crises familiares".
De acordo com Telmo
Mourinho Baptista, existem atualmente 567 psicólogos a trabalhar no SNS,
a maioria nos hospitais. Apenas 151 exercem em centros de saúde,
adiantou.
"Nem todos os centros de saúde têm consulta de
psicologia ou, então, o utente vai estar à espera meses de uma consulta
(...). Isto não é útil para as pessoas", sustentou.
Telmo Mourinho
Baptista defende um serviço de apoio psicológico de proximidade,
extensível às escolas, onde, alegou, faltam psicólogos, e a gabinetes de
atendimento criados por autarquias, exemplificou.
"O país fez um
enorme investimento para formar pessoas e os conhecimentos não estão a
ser utilizados", frisou, adiantando que o Governo tem invocado falta de
recursos financeiros para contratar mais psicólogos.
Ao argumento
de escassez de dinheiro, o bastonário da Ordem dos Psicólogos
Portugueses responde que Portugal estará, no futuro, a pagar "mais caro
as consequências": mais baixas médicas e menor produtividade.»
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