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quinta-feira, 19 de abril de 2012

NOTÍCIAS: «Quase metade dos doentes mentais graves sem acompanhamento»

Alguém mais se sente chocado com esta situação?

Como podem doenças que se podem tornar tão debilitantes e limitativas como as perturbações mentais/psicológicas não ter um acompanhamento adequado, realizado por profissionais competentes (Psicólogos e Psiquiatras) para o efeito? 

Como pode o Governo ignorar este tipo de situações?!?

Alguns Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) possuem Psicólogos. No entanto, estes (quando os há) são em número insuficiente para trabalhar o volume de casos que, subsequentemente, continua a aumentar. Mesmo com o concurso (interno) que abriu não há muito tempo.



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«Quase metade dos doentes mentais graves sem acompanhamento»



«Quase metade dos portugueses afetados por doenças mentais severas não são tratados nos serviços de saúde, uma situação "sem par" noutras enfermidades, afirmou, esta terça-feira, o especialista José Miguel Caldas de Almeida.


 
foto Alfredo Cunha/Global Imagens
Quase metade dos doentes mentais graves sem acompanhamento

 


 








O professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (UNL) disse que "40% das pessoas com doenças mentais severas não têm tratamentos em serviços de saúde e, nos casos de gravidade mais moderada, a percentagem aumenta".

Caldas de Almeida, que foi coordenador do Programa Nacional da Saúde Mental, falava na apresentação da Plataforma Gulbenkian para a Saúde Mental Global, uma iniciativa promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian, com o apoio da Faculdade de Ciências Médicas e da Organização Mundial de Saúde.

Embora tenha havido progressos nos últimos anos, Portugal tem uma prevalência de doenças mentais das mais elevadas da Europa e "muitos doentes só têm acesso a serviços de saúde que não são da melhor qualidade", apontou.

O responsável transmite preocupação com os cuidados a estes pacientes, numa altura em que o país enfrenta problemas económicos e cortes de verbas em várias áreas, incluindo na saúde.

"A crise financeira pode criar o risco de fragilizar os serviços e cuidados que temos obrigação de disponibilizar a estes doentes", alertou Caldas de Almeida.
  

"Setor das doenças mentais é o mais ignorado"


O Governo "quer acudir a muitas áreas e o setor das doenças mentais é mais ignorado", tanto pelos responsáveis políticos, como pela população e pela comunicação social, pois "há um estigma associado", referiu.

Por outro lado, "temos uma lei que é boa, mas já está desatualizada e muitos doentes são vítimas de abusos", no contexto dos direitos humanos.

"Há muito a fazer para recuperar de uma desvantagem histórica" e com a crise "os problemas são mais prementes e há novos problemas", resumiu Caldas de Almeida. 

O presidente da comissão diretiva da Plataforma Gulbenkian para a Saúde Mental Global, Benedetto Saraceno, salientou que a crise financeira faz subir a prevalência de doenças mentais e aumenta o consumo de álcool, de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, a utilização de drogas ilícitas, problemas de sono e torna mais frequentes os casos de violência doméstica. 

O especialista, que foi diretor do Departamento de Saúde Mental da Organização Mundial de Saúde, apresentou os objetivos da Plataforma que pretende colocar na agenda mundial dos responsáveis políticos os distúrbios mentais, a par de outras doenças não transmissíveis como as cardiovasculares, diabetes, doença pulmonar crónica ou cancro.

Os grupos de especialistas mundiais que vão participar nos trabalhos da Plataforma, projeto que tem um orçamento de 1,5 milhões de euros e se prolonga até 2015, têm a tarefa de aprofundar o conhecimento em saúde mental, nomeadamente as suas ligações com as doenças não transmissíveis, e atualizar as leis no sentido de integrar questões relacionadas com esta matéria.

Esta iniciativa coloca Lisboa "no centro da discussão mundial" sobre doenças mentais, como destaca Benedetto Saraceno, e integra uma grande conferência, programada para 2015, para apresentar as principais conclusões dos trabalhos.

Segundo um estudo nacional sobre saúde mental, Portugal é dos países europeus com mais elevadas taxas de prevalência de doença mental, sendo as perturbações mais frequentes a ansiedade e a depressão. Esta área recebe cerca de 3,5% do orçamento para a saúde, segundo Caldas de Almeida.»

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